O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, rejeitou nesta segunda-feira as denúncias de que teria privilegiado seu filho, o deputado federal Fernando Coelho Filho, no empenho de emendas parlamentares individuais, e declarou que as recentes acusações contra ele são infundadas, com origem no acirramento eleitoral.
Nos últimos dias, Bezerra tem sido alvo de denúncias na imprensa que o acusam também de ter favorecido seu Estado, Pernambuco, no direcionamento de verbas do ministério, e de ter comprado um mesmo terreno duas vezes, quando prefeito de Petrolina (PE).
Bezerra creditou as denúncias ao "acirramento político em Petrolina", "pela aproximação da disputa política municipal". Ele já foi prefeito da cidade três vezes, mas transferiu recentemente seu domicílio eleitoral para Recife.
O filho do ministro é possível candidato à Prefeitura de Petrolina na eleição deste ano, enquanto Bezerra é a principal opção do PSB caso o partido decida lançar candidato à prefeitura da capital de Pernambuco, Estado governado pelo socialista Eduardo Campos, presidente nacional da sigla.
"Assim, é natural que, em meio da proeminência de alguns familiares, a cidade possua grupos políticos de oposição, que divulgam qualquer fato como se verdadeiro fosse e que se utilizam de qualquer órgão de controle para apresentar denúncias sem fundamento, mas que dão noticiário e terminam por ser objeto de investigação", disse Bezerra em uma das três notas divulgadas pelo ministério.
O Palácio do Planalto vem trabalhando para blindar Bezerra das denúncias tendo em vista alianças para a eleição municipal de Recife, cidade atualmente governada pelo PT. Petistas e socialistas são aliados tanto na prefeitura de Recife como no governo de Pernambuco.
Na manhã de hoje, Bezerra e a presidente Dilma Rousseff tiveram um primeiro encontro desde que o ministro se tornou alvo de suspeitas. Os dois se reuniram, ao lado de outros ministros, para discutir as chuvas na região Sudeste do país, que afetam principalmente os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os esclarecimentos do ministro foram divulgados após o início desta reunião.
Em relação a suposto favorecimento ao seu filho, o ministro afirmou que 138 parlamentares tiveram emendas empenhadas, ou 62 por cento do total de parlamentares com emendas destinadas ao ministério e vinculadas.
"Em relação ao deputado federal Fernando Coelho Filho informa-se que em 2011 o parlamentar teve suas emendas ao orçamento do ministério empenhadas em percentual equivalente a outros 53 parlamentares", disse. "Ou seja, não é correta a afirmação de que houve suposto favorecimento".
Sobre a dupla compra de um terreno em Petrolina, publicada pela Folha nesta segunda-feira, Bezerra atribuiu a um erro procedimental, já que a primeira aquisição não teria sido registrada no Cadastro Imobiliário do Município e no Registro Geral de Imóveis, e que os valores foram restituídos à Prefeitura.
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