Depois de aprovar em dezembro um polêmico aumento de 126% nos salários dos vereadores, a Câmara Municipal de Campinas (93 km de SP) recuou e agora deve reduzir para 48% o reajuste.
Impulsionado pela repercussão negativa gerada pelo aumento, o presidente da Câmara Municipal, Thiago Ferrari (PTB), apresentou na última quinta (1º) projeto da Mesa Diretora da Câmara que reduz o índice de reajuste dos subsídios dos vereadores para a legislatura que começa em 2013.
Pela proposta, os salários dos vereadores eleitos a partir do ano que vem deverão ficar em R$ 10,5 mil, contra os R$ 7,1 mil de hoje , um reajuste de aproximadamente 48%. O aumento discutido anteriormente elevava os salários para R$ 15 mil.
A proposta será encaminhada para a Comissão de Constituição e Legalidade, que ainda poderá sugerir alterações. O presidente da Câmara recomendou a realização de uma audiência pública para discutir o projeto.
Ferrari declarou que o valor a ser concedido como reajuste deverá ser retirado dos recursos que os vereadores já recebem para a contratação de pessoal a chamada verba de gabinete, que atualmente é de R$ 40 mil para cada um.
“Isso significa que não haverá qualquer aumento de gastos da Câmara. Vamos retirar o reajuste do gabinete do vereador. Os gastos da Câmara não sofrerão aumento de um centavo sequer por conta disso”, afirmou.
O presidente disse que o novo índice foi definido a partir de uma pesquisa feita em cidades de porte semelhante ao de Campinas. Segundo ele, foram consultadas cidades do Estado de São Paulo e algumas capitais e constatou-se que a média salarial paga pelas câmaras em fevereiro deste ano era de R$ 9,5 mil.
Protestos
A sessão de dezembro, na qual os vereadores aprovaram os 126% de aumento, foi marcada por protestos e tumulto no Plenário da Câmara.
Organizações não-governamentais e dezenas de manifestantes protestaram em plenário contra o aumento salarial. Eles levaram cartazes e faixas como “O povo não quer este aumento”, “Aumento de 126% é imoral” e “Corrupção legalizada”.
O projeto de aumento de 126% havia sido proposto pela Mesa Diretora tendo como autor da resolução foi o então presidente da Câmara, vereador Pedro Serafim (PDT), que hoje é o prefeito em exercício da cidade.
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