Ratzinger sai oito anos após substituir João Paulo II
como líder da Igreja Católica
O papa Bento XVI anunciou nesta segunda-feira (11/02) , durante o
consistório para a canonização de dois mártires, que vai se retirar de suas
funções no dia 28 de fevereiro. Pouco antes, o Vaticano havia confirmado a
informação às agências internacionais. "O papa anunciou que
renunciará a seu ministério às 20 horas do dia 28 de fevereiro", disse o
porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, citado pela agência France Presse em
um pronunciamento em latim.
Nascido Joseph Alois Ratzinger, Bento XVI, de 85 anos, afirmou que iria deixar o posto por não reunir mais condições físicas para exercê-lo. A partir de sua saída, será iniciado um período de vacância na Igreja Católica até a formação de um conclave que irá eleger um novo sumo pontífice.
Nascido Joseph Alois Ratzinger, Bento XVI, de 85 anos, afirmou que iria deixar o posto por não reunir mais condições físicas para exercê-lo. A partir de sua saída, será iniciado um período de vacância na Igreja Católica até a formação de um conclave que irá eleger um novo sumo pontífice.
O cardeal alemão Joseph Ratzinger assumiu a chefia da Igreja Católica em
19 de abril de 2005, no lugar de João Paulo II, adotando a alcunha de Bento
XVI. No ano passado, Bento XVI tinha já dito que estava “na última etapa
da vida”,a brindo espaço para especulações sobre sua saída.
Sua decisão de deixar o cargo em vida tem poucos precedentes na história, mas é prevista no direito canônico. O último papa a abdicar de seu pontificado foi Gregório XII (1406-1415), aos 88 anos. Ele assumiu o posto quando a instituição se encontrava em grave crise, no episódio histórico conhecido como "Grande Cisma do Ocidente". Na ocasião, brigas políticas acabaram levando à criação de três papas simultâneos, minando o prestígio da Santa Sé. Após ser nomeado, sempre deixou claro que deixaria o cargo à disposição se isso fosse para o bem da instituição. Sua postura facilitou uma reconciliação, dando início ao Concílio de Constança. Após ter se tornado novamente o único papa reconhecido, cumpriu o prometido e, aos 88 anos, deixou o cargo nove anos após assumi-lo.
O primeiro a tomar tal decisão o papa Clemente I (de 88 a 97), que renunciou a favor de Evaristo, porque após ser detido e condenado ao exílio decidiu que os católicos não poderiam ficar sem um guia espiritual.
Sua decisão de deixar o cargo em vida tem poucos precedentes na história, mas é prevista no direito canônico. O último papa a abdicar de seu pontificado foi Gregório XII (1406-1415), aos 88 anos. Ele assumiu o posto quando a instituição se encontrava em grave crise, no episódio histórico conhecido como "Grande Cisma do Ocidente". Na ocasião, brigas políticas acabaram levando à criação de três papas simultâneos, minando o prestígio da Santa Sé. Após ser nomeado, sempre deixou claro que deixaria o cargo à disposição se isso fosse para o bem da instituição. Sua postura facilitou uma reconciliação, dando início ao Concílio de Constança. Após ter se tornado novamente o único papa reconhecido, cumpriu o prometido e, aos 88 anos, deixou o cargo nove anos após assumi-lo.
O primeiro a tomar tal decisão o papa Clemente I (de 88 a 97), que renunciou a favor de Evaristo, porque após ser detido e condenado ao exílio decidiu que os católicos não poderiam ficar sem um guia espiritual.
Segue a íntegra das palavras do papa de anúncio
de sua renúncia, lida por ele em carta:
"Queridíssimos irmãos,
Convoquei-os a este Consistório, não só para as três
causas de canonização, mas também para comunicar-vos uma decisão de grande
importância para a vida da Igreja."Queridíssimos irmãos,
Após ter examinado perante Deus reiteradamente minha consciência, cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério petrino. Sou muito consciente que este ministério, por sua natureza espiritual, deve ser realizado não unicamente com obras e palavras, mas também e em não menor grau sofrendo e rezando.
No entanto, no mundo de hoje, sujeito a rápidas transformações e sacudido por questões de grande relevo para a vida da fé, para conduzir a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor tanto do corpo como do espírito, vigor que, nos últimos meses, diminuiu em mim de tal forma que eis de reconhecer minha incapacidade para exercer bem o ministério que me foi encomendado.
Por isso, sendo muito consciente da seriedade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao Ministério de Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, que me foi confiado por meio dos Cardeais em 19 de abril de 2005, de modo que, desde 28 de fevereiro de 2013, às 20 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro ficará vaga e deverá ser convocado, por meio de quem tem competências, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.
Queridíssimos irmãos, lhes dou as graças de coração por todo o amor e o trabalho com que levastes junto a mim o peso de meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos.
Agora, confiamos à Igreja o cuidado de seu Sumo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo, e suplicamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista com sua materna bondade os Cardeais a escolherem o novo Sumo Pontífice. Quanto ao que diz respeito a mim, também no futuro, gostaria de servir de todo coração à Santa Igreja de Deus com uma vida dedicada à oração.
Vaticano, 10 de fevereiro 2013".
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